Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça

Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça
Nascimento ca. 1610
Lisboa
Morte 1675 (65 anos)
Salvador (Bahia)

Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça (Lisboa, ca. 1610 — Salvador (Bahia), 1675), 1º visconde de Barbacena. Filho de Jorge Furtado de Mendonça, 4.º senhor de Barbacena de juro e herdade, comendador da Ordem de Cristo, alcaide-mor do Castelo da Covilhã, e de sua mulher Mariana de Vilhena, filha de Aires Telles da Silva, alcaide-mor do Castelo da Covilhã. Foi agraciado por Carta de D. Pedro, Príncipe Regente de D. Afonso VI de Portugal, com o título de visconde do Barbacena por carta de 19 de dezembro de 1661, título que continuou nos seus descendentes.[1]

Comendador da Ordem de Cristo, 5.º senhor da vila de Barbacena de juro e herdade, general de artilharia e cavalaria na província do Alentejo, governador das armas da Beira, do partido de Castelo Branco, do conselho de guerra, governador e capitão-general do Brasil. Serviu na guerra da aclamação de D. João IV de Portugal, em que se tornou muito distinto. A nomeação de governador e capitão-general do Brasil é de 1671, e durante o tempo do seu governo, ordenou a exploração das minas de esmeraldas.

Ocupou o cargo de Governador-Geral do Estado do Brasil quatro anos, entre 1671 e 1675, quando ali morreu em 8 de outubro.

A 30 de abril de 1672 deu carta patente de primeiro chefe da empresa de descobrir minas e pedras preciosas no sertão brasileiro, o bandeirante Fernão Dias, de São Paulo, chefe de uma grande bandeira com o pomposo título de «governdor das esmeraldas e da conquista dos índios Mapaxós.»

O historiador mineiro Diogo de Vasconcelos, porém, em sua «História das Minas Gerais», fala em carta patente de 20 de outubro de 1672, com os poderes de estilo, nomeando-o chefe e governador de sua leva e das esmeraldas. Esta bandeira famosíssima não descobre esmeraldas mas desvenda terras ainda desconhecidas e torna célebre o nome de Fernão Dias Pais.

Comenta o livro «Ensaios Paulistas», Editora Anhambi, São Paulo, 1958, página 636: «Quer-nos parecer que a este Governador Geral se deve o mais longínquo emprego até hoje divulgado do adjetivo ´paulista´, ocorrente numa ordem expedida em 27 de julho de 1671. O gentílico deve ter-se generalizado rapidamente. Na documentação municipal de São Paulo aparece pela primeira vez em ata de 27 de janeiro de 1695

Segundo «Nobreza de Portugal», Tomo II, página 371, teria consagrado «enorme actividade à exploração interior da colónia, em especial o sertão do Piauí, sendo cruel na repressão das pequenas rebeldias dos indígenas. Também enviou uma expedição de castigo a Angola, submetendo alguns sobas que não obedeciam aos que, do Brasil, iam ali abastecer-se de escravos negros. Teve a miragem das minas de esmeraldas e de prata. Um explorador que achara um jazigo deste metal interessou-o na exploração. O governador mandou do Reino um filho, Jorge Furtado de Mendonça, espalhar a boa nova e conseguiu os elementos de exploração. Mas o explorador morreu de repente sem deixar nota do local do jazigo e o facto encheu o governador de tão profundo desgosto que pouco tempo depois sucumbiu.»

Casou-se com sua prima D. Maria de Távora, última filha de João Furtado de Mendonça. Seu filho Jorge Furtado de Mendonça, morto em 1708, foi o 2º visconde de Barbacena.

Ver também

Referências

  1. «Biografia». Consultado em 6 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 12 de dezembro de 2013 

Bibliografia

  • SERRA, João Lopes. A Governor and his image in baroque Brazil: The funereal eulogy of Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça. University of Minnesota Press, 1979. 216p. ISBN 0816608792
  • CAMPO BELO, conde de. «Governadores Gerais e Vice-Reis do Brasil», Lisboa, 1935.
  • SCHWARTZ, Stuart B.; PÉCORA, Alcir. (Orgs.) As excelências do governador: o panegírico fúnebre a D. Afonso Furtado, de Juan Lopes Sierra (Bahia, 1676). São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
  • CARVALHO, Guilherme Amorim de. A arte de bem governar para bem morrer: Discurso e lógicas corporativas na América portuguesa (século XVII). Dissertação (Mestrado em História). Brasília, UnB. 2012.
  • MAGALHÃES, Ana Paula Moreira. Para a conquista dos bárbaros: rede de poder e governação de Afonso Furtado de Castro do Rio Mendonça (1671-1675). Dissertação (Mestrado em História). Santo Antônio de Jesus, UNEB. 2015


Precedido por
Alexandre de Sousa Freire
Governador-Geral do Brasil
1671 - 1675
Sucedido por
Junta governativa provisória: Agostinho de Azevedo Monteiro, Álvaro de Azevedo e António Guedes


  • v
  • d
  • e

Tomé de Sousa Duarte da Costa Mem de Sá Luís de Brito e Almeida António Salema Lourenço da Veiga Junta Governativa: Cosme Rangel de Macedo - António Barreiros Manuel Teles Barreto Junta Governativa: António Barreiros - Cristóvão de Barros - António Coelho de Aguiar • Francisco de Sousa Diogo Botelho Diogo de Meneses e Sequeira • Francisco de Sousa Gaspar de Sousa Luís de Sousa Diogo de Mendonça Furtado Matias de Albuquerque Francisco de Moura Rolim Diogo Luís de Oliveira Pedro da Silva Fernando de Mascarenhas Vasco de Mascarenhas Jorge de Mascarenhas Junta Governativa Provisória: Pedro da Silva Sampaio - Luís Barbalho Bezerra - Lourenço de Brito • António Teles da Silva António Teles de Meneses João Rodrigues de Vasconcelos e Sousa Jerónimo de Ataíde Francisco Barreto de Meneses Vasco de Mascarenhas Alexandre de Sousa Freire • Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça • Junta governativa provisória: Agostinho de Azevedo Monteiro - Álvaro de Azevedo - Antônio Guedes de Brito Roque da Costa Barreto • António de Sousa Meneses António Luís de Sousa Matias da Cunha Junta governativa: Manuel da Ressurreição - Manuel Carneiro de Sá • António Luís Coutinho da Câmara João de Lencastre Rodrigo da Costa Luís César de Meneses Lourenço de Almada Pedro de Vasconcelos e Sousa Pedro Antônio de Noronha Sancho de Faro e Sousa Junta governativa provisória: Sebastião Monteiro da Vide - Caetano de Brito e Figueiredo - João de Araújo e Azevedo • Vasco Fernandes César de Meneses André de Melo e Castro Luís Pedro Peregrino de Carvalho e Ataíde Junta governativa provisória: José Botelho de Matos - Manuel António da Cunha Souto Maior - Lourenço Monteiro • Marcos José de Noronha e Brito Antônio de Almeida Soares Portugal Junta Governativa Provisória: Tomás Rubi de Barros Barreto - Manuel de Santa Inês Ferreira - José Carvalho de Andrada - Barros e Alvim • António Álvares da Cunha António Rolim de Moura Tavares Luís de Almeida Silva Mascarenhas Luís de Vasconcelos e Sousa José Luís de Castro Fernando José de Portugal e Castro Marcos de Noronha e Brito

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