Atividade militar na Antártida

Como a Antártida nunca foi permanentemente ocupada por humanos, historicamente há muito pouca atividade militar na Antártida. Enquanto o Sistema do Tratado da Antártida, que entrou em vigor em 23 de junho de 1961, bane a atividade militar na Antártida, o pessoal e o equipamento militar pode ser usado apenas para pesquisa científica ou qualquer outro propósito pacífico (tal como entregas de suprimento) no continente.[1]

O Tratado Antártico proíbe especificamente a atividade militar em terra ou plataformas de gelo abaixo de 60°S. Enquanto o uso de armas nucleares está absolutamente proibido, o Tratado não se aplica à atividade naval dentro destas fronteiras (no Oceano Antártico) que há tanto tempo já ocorre em alto mar.

Operações notáveis

As forças militares de muitos países tem dado apoio à expedições e bases científicas na Antártida. Operações notáveis e expedições incluíram:

  • A Segunda Viagem do Comandante James Cook (Reino Unido, 1773)
  • Levantamentos do USS Vincennes da Antártida (Estados Unidos da América, 1839 e 1840)
  • Em fevereiro de 1941, o Cruzador auxiliar alemão Komet patrulhou o Mar de Ross e a linha costeira da Antártida em uma busca mal-sucedida pelos Aliados baleeiros[2]
  • Operação Tabarin (Reino Unido, 1944-45);
  • Operação Highjump (Estados Unidos da América, 1946-47);
  • Base Soberania (Chile, 1947);
  • Operação Windmill (Estados Unidos da América, 1947-48);
  • Base O'Higgins (Chile, 1948);
  • O HMAS Wyatt Earp australiano auxiliar fez uma viagem mal-sucedida à Antártica em 1948;[3]
  • Base González Videla (Chile, 1951);
  • Base Aguirre Cerda (Chile, 1955);
  • Operação Deep Freeze (Estados Unidos da América and Nova Zelândia, 1955-em andamento);
  • Operação 90 (Argentina, 1965);
  • Base Presidente Frei (Chile, 1980);
  • Operação Estrella Polar (Chile, 1984);
  • Operação Aurora Austral (Chile, 1996);
  • Estação Parodi (Chile, 1999);
  • Expedição Hielo I (Chile, 2002);
  • Expedição Hielo II (Chile, 2004);
  • Em janeiro de 2006 uma aeronave de patrulha marítima Força Aérea Real da Nova Zelândia Órion P-3K conduziu um voo experimental para e da Campo de pouso Pegasus próximo à Estação McMurdo para determinar a viabilidade de levar patrulhas da Antártida em auxílio à Convenção para a Conservação dos Recursos da Vida Marinha Antártica.[4] Os P-3Ks da Força Aérea Real da Nova Zelândia têm regularmente conduzido voos de e para a Antártida desde esta bem-sucedida experiência.[5]

Potencial para futuros conflitos

John Keegan e Andrew Wheatcroft, em seu livro de 1986 'Zones of Conflict: An Atlas of Future Wars', mencionaram que os interesses estratégicos na Antártida derivam de duas causas: a econômica e a estratégica. A Antártida tem grande potencial de valor econômico, em termos de recursos minerais e petrolíficos. Estrategicamente, houve uma preocupação contínua sobre manter a rota do Cabo Horn disponível como livre passagem durante a Guerra Fria, como, entre outras coisas, os porta-aviões dos EUA não podem passar através do Canal do Panamá. As Ilhas Falkland, Keegan e Wheatcroft continuam por assim dizer, a dominar a Passagem Drake, um 'trecho de água turbulento separando a América do Sul da Antártida'. Esta foi um fator menos divulgado durante a Guerra das Falklands.[6]

Entretanto, com a dissolução da União Soviética e a competição crescente por recursos de combustível fóssil, a lógica econômica, mais do que a 'estratégica' é provavelmente a mais importante no início do século XXI.[7]

Referências

  1. Wikisource. «Antarctic Treaty». Consultado em 21 de janeiro de 2007 
  2. Asmussen, John. «Hilfskreuzer (Auxiliary Cruiser) Komet». Consultado em 21 de janeiro de 2007 
  3. «HMAS Wyatt Earp». Sea PowerCentre Australia. Consultado em 16 de setembro de 2008 
  4. «RNZAF Orion Lands on Antarctica» (Nota de imprensa). New Zeland Defence Force. 17 de janeiro de 2006. Consultado em 25 de janeiro de 2007 
  5. «Air Force conducts early ice flight» (Nota de imprensa). Nova Zelândia Defence Force. 30 de outubro de 2008. Consultado em 31 de outubro de 2008 
  6. Keegan, John; Andrew Wheatcroft (1986). Zones of Conflict: An Atlas of Future Wars. New York: Simon and Schuster. ISBN 0671601156  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  7. Bergin, Anthony (20 de fevereiro de 2007). «Six reasons Antarctica is crucial». Australian Financial Review. 63 páginas 
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