Elvira Gonçalves de Sousa

Elvira Gonçalves de Sousa
Rica-dona/Senhora/Condessa
Nascimento 1140
Morte c.1200
Cônjuge Soeiro Mendes, Senhor de Tougues
Descendência Gomes Soares, Senhor de Tougues
Pedro Soares
Gontinha Soares
Maria Soares
Nuno Soares
Dinastia Sousa
Pai Gonçalo Mendes I de Sousa
Mãe Dórdia Viegas de Ribadouro
Religião Catolicismo romano

Elvira Gonçalves de Sousa A Condessa Faia (c.1140-c.1200), foi uma rica-dona portuguesa, e senhora de várias honras. Elvira, a sua irmã e o seu pai vieram a ser os primeiros membros da Casa de Sousa a aceder, por Dórdia Viegas, a bens intimamente ligados à Casa de Riba Douro.

Primeiros anos

Elvira era filha do magnate Gonçalo Mendes de Sousa e da sua segunda esposa, Dórdia Viegas de Ribadouro. Nascida antes de 1150, dado que nesse ano a sua mãe já era provavelmente falecida[1], Elvira terá ficado órfã de mãe muito cedo. Poderá ter sido inclusivamente criada na corte, visto ter sido colaça da infanta Teresa, de quem parece ter vindo a ser também dama de companhia antes de aquela partir para a Flandres, em 1184[2].

Casamento e gestão fundiária

Elvira possuia muitos bens dispersos entre Trás-os-Montes e Douro Litoral, sendo benfeitora dos mosteiros de Pombeiro, Salzedas e Tarouca, de cujo padroado partilharia, no primeiro, por via paterna; nos dois últimos, por via materna[3]. O facto de ser neta do célebre e poderoso Egas Moniz, o Aio, deu-lhe ainda o direito à posse de diversos bens nas honras de Lalim, Ribelas, Várzea da Serra e parte do couto de Argeriz, herdada da mãe, e que viria a partilhar com os seus tios e primos ribadurienses[4]. A primeira notícia documental da sua existência é de 1161, precisamente quando fez uma venda ao mosteiro salzedense da parte do couto de Argeriz que herdara da mãe, vindo a ser imitada por vários tios e primos de Ribadouro[5][6].

A sua posse mais importante seria, no entanto, a honra da Faia, nas Terras de Basto, de onde se terá tomado o seu célebre apodo condessa Faia. Sabe-se que Elvira fez doação de algumas propriedades desta honra à Ordem do Hospital.

Elvira desposou, em data desconhecida, Soeiro Mendes de Tougues, enviuvando em 1176. Deste casamento resultaram vários filhos[7]. Parece ter sobrevivido vários anos ao marido, pois a sua última notícia é de 1200, numa doação que fez ao mosteiro de Tarouca de vários haveres na Beira até ao termo de Torres Vedras[1].

Morte e posteridade

Elvira terá falecido em data posterior a 1200. A data exata é, contudo, desconhecida. O facto de ter estado ligada a três mosteiros diferentes (Pombeiro, Salzedas e Tarouca) torna difícil precisar onde pode ter sido tumulada[3]. Contudo, avançou-se que poderia estar tumulada, não em nenhum dos três anteriores, mas no Mosteiro de Santo Tirso[3]. Esta hipótese tem por base o facto de o seu marido ter sido lá sepultado e que, apesar de não ter feito doações conhecidas a esse mosteiro, poder ter hipoteticamente manifestado a vontade de se sepultar junto daquele[3]. Aliás, uma inscrição neste mosteiro, onde se lê Gelvira, pode ser possivelmente o local do seu túmulo[3].

As Inquirições Gerais, tanto as de 1258 como as de 1288 referi-la-iam como condessa e como possuidora de um grande número de importantes bens[1].

Matrimónio e descendência

Elvira desposou, antes de 1176[3], Soeiro Mendes Facha de Tougues[7]. Deste casamento resultou a seguinte descendência[7]ː

  • Gomes Soares de Tougues, senhor de Tougues, desposou Teresa Rodrigues de Barbosa[7];
  • Pedro Soares de Tougues[7]
  • Gontinha Soares de Tougues, desposou Garcia Pires de Bragança, filho de Pedro Fernandes de Bragança[7];
  • Maria Soares de Tougues, manteve uma relação com Pedro Rodrigues de Penela[7];
  • Nuno Soares de Tougues[7].

Referências

Bibliografia

  • Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - 50 vols. , Vários, Editorial Enciclopédia, Lisboa.
  • Castro, José Ariel de (1997). «Sancho e Teresa entre seus irmãos e na política de Afonso Henriques após o desastre de Badajoz. Tratamento da questão». Actas do 2.º Congresso Histórico de Guimarães (PDF). II. [S.l.]: Câmara Municipal de Guimarães. Universidade do Minho. pp. 289–317. OCLC 47261917 
  • Correia, Francisco Carvalho (2008). O Mosteiro de Santo Tirso, de 978 a 1588: A silhueta de uma entidade projectada no chao de uma história milenária. Santiago de Compostela: Tese de doutoramento. Facultade de Xeografía e História. Universidade de Santiago de Compostela. ISBN 978-8498-8703-81 
  • Gaio, Manuel José da Costa Felgueiras, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. X-pg. 316 (Sousas) e vol. X-pg. 648 (Sousas).
  • Sottomayor-Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Tese de Doutoramento, Edicão do Autor 
  • Sousa, António Caetano, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Atlântida-Livraria Editora, Lda, 2ª Edição, Coimbra, 1946, Tomo XII-P-pg. 145.
  • Portal de biografias