Herberto Sales

Herberto Sales Academia Brasileira de Letras
Nascimento 21 de setembro de 1917
Andaraí, Bahia
Morte 13 de agosto de 1999 (81 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileira
Cidadania Brasil
Ocupação jornalista, contista, romancista e memorialista
Prémios Prémio Jabuti 1977

Prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1983)

Obras destacadas Além dos Marimbus
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Herberto de Azevedo Sales (Andaraí, 21 de setembro de 1917 – Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1999) foi um jornalista e escritor brasileiro.

Biografia

Filho de Heráclito Sousa Sales e de Aurora de Azevedo. Estudou o ensino fundamental em Andaraí, antiga cidade mineradora da Chapada Diamantina. Foi para Salvador a fim de cursar o ginasial no Colégio Antônio Vieira, de jesuítas, onde seu talento foi observado pelos professores, dentre os quais o Padre Cabral, que já tivera igualmente incentivado os talentos de Anísio Teixeira e Flávio Neves, em Caetité (cidade natal de ambos e onde o jesuíta dirigira o colégio "São Luís Gonzaga"), e, mais tarde, de Jorge Amado.

Apesar do ambiente favorável, Herberto abandonou os estudos no quinto ano, retornando para sua cidade natal, onde viveu até 1948, trabalhando como oficial de cartório. Trabalhou, ainda, como garimpeiro e comerciante, atividades que lhe deram a base e conhecimento para sua primeira obra.

Ali escreveu e publicou, em 1944, seu romance de estreia, Cascalho, baseado na vida dos mineradores de diamantes e considerado um clássico do regionalismo literário. Mas a recepção do livro em Andaraí, terra natal do escritor, não foi das melhores. Ele começou a sofrer ameaças de morte por parte dos mandões locais, os "coronéis", que se sentiram representados de maneira pouco lisonjeira no romance.[1] Por outro lado a publicação do livro colocara Sales no cenário intelectual nacional. Assim, ele decide mudar-se para o Rio de Janeiro, então capital da República, onde passa a laborar como jornalista em diversos órgãos da imprensa, com destaque para a revista O Cruzeiro que, durante décadas, foi o mais importante periódico do Brasil.

Em 1974 muda-se para Brasília, onde ocupa a função de diretor no Instituto Nacional do Livro. No governo José Sarney é nomeado assessor da Presidência da República, até quando, em 1986, foi a Paris, na condição de adido cultural da Embaixada do Brasil.

Quando volta ao país, busca o isolamento na pequena cidade de São Pedro da Aldeia. Era casado com Maria Juraci Xavier Chamusca Sales, com quem teve três filhos.

Obras

  • Cascalho, romance (1944)
  • Os Belos Contos da Eterna Infância, antologia (1948)
  • Baixo Relêvo, crônica (1954)
  • Além dos Marimbus, romance (1961)
  • Dados Biográficos do Finado Marcelino, romance (1965)
  • Histórias Ordinárias, contos (1966)
  • O Sobradinho dos Pardais, infanto-juvenil (1969)
  • O Lobisomem e outros contos folclóricos, contos (1970)
  • Uma Telha de Menos, contos (1970)
  • O Japão: experiências e observações de uma viagem, notas de viagem (1971)
  • A Feiticeira da Salina, infanto-juvenil (1974)
  • A Vaquinha Sabida, infanto-juvenil (1974)
  • O Homenzinho dos Patos, infanto-juvenil (1975)
  • O Fruto do Vosso Ventre, romance (1976)
  • O Casamento da Raposa com a Galinha, infanto-juvenil (1979)
  • Armado Cavaleiro o Audaz Motoqueiro, contos (1980)
  • O Burinho que Queria ser Gente, infanto-juvenil (1980)
  • Os Pequenos Afluentes, contos (1980)
  • Einstein, o Minigênio, romance (1983)
  • Os Pareceres do Tempo, romance (1984)
  • O Menino Perdido, infanto-juvenil (1984)
  • A Volta dos Pardais do Sobradinho, infanto-juvenil (1985)
  • A Porta de Chifre, romance (1986)
  • Subsidiário, memórias (1988)
  • Na Relva da tua Lembrança, memórias (1988)
  • Andanças por umas Lembranças (Subsidiário 2), memórias (1990)
  • O Urso Caçador, infanto-juvenil (1991)
  • Eu de mim com cada um de mim (Subsidiário 3), memórias (1992)
  • Rio dos Morcegos, romance (1993)
  • As Boas Más Companhias, romance (1995)
  • Rebanho do Ódio, romance (1995)
  • A Prostituta, romance (1996)
  • História natural de Jesus de Nazaré: uma narrativa cristã, romance (1997)

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito em 6 de abril de 1971 para ocupar a cadeira 3 da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono Artur de Oliveira, como seu quarto ocupante, sendo recebido em 21 de setembro do mesmo ano por Marques Rebelo.

Quando de seu falecimento, em 1999, teve o corpo velado no Salão dos Poetas Românticos, no Petit Trianon, sede do Silogeu brasileiro. Foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Mausoléu da Academia.

Pertencia, também, à Academia Brasiliense de Letras[2].

Referências

  1. SOARES, Fernanda Pereira, Autoritarismo, tecnocracia e natureza: representações da pátria brasileira em O fruto do vosso ventre, de Herberto Sales (1976). Porto Alegre: PUC-RS, 2013.
  2. Revista da Academia Brasiliense de Letras. Ano XXII - nº 18 - Brasília, 2005.

Bibliografia

  • Dicionário de Autores Baianos, Secretaria de Cultura da Bahia, Salvador, 2006 (ISBN 978-85-7505-151-1)

Filmografia

Ligações externas

  • Página da Fundação Herberto Sales
  • Entrevista em O Cruzeiro – reprodução digital da edição de 3 de outubro de 1964
  • Releituras. Biografia e texto do autor.


Precedido por
Aníbal Freire da Fonseca
ABL - quarto acadêmico da cadeira 3
1971 — 1999
Sucedido por
Carlos Heitor Cony


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Cadeiras 1 a 10
1 (Adelino Fontoura)
2 (Álvares de Azevedo)
3 (Artur de Oliveira)
4 (Basílio da Gama)
5 (Bernardo Guimarães)
6 (Casimiro de Abreu)
7 (Castro Alves)
8 (Cláudio Manuel da Costa)
9 (Gonçalves de Magalhães)
10 (Evaristo da Veiga)
Cadeiras 11 a 20
11 (Fagundes Varella)
12 (França Júnior)
13 (Francisco Otaviano)
14 (Franklin Távora)
15 (Gonçalves Dias)
16 (Gregório de Matos)
17 (Hipólito da Costa)
18 (João Francisco Lisboa)
19 (Joaquim Caetano)
20 (Joaquim Manuel de Macedo)
Cadeiras 21 a 30
21 (Joaquim Serra)
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23 (José de Alencar)
24 (Júlio Ribeiro)
25 (Junqueira Freire)
26 (Laurindo Rabelo)
27 (Maciel Monteiro)
28 (Manuel Antônio de Almeida)
29 (Martins Pena)
30 (Pardal Mallet)
Cadeiras 31 a 40
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